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Os natais infantis

Nos natais de minha infância lembro-me das refeições com os meus saudosos avós – João Pequeno e Valdimira.

Não tínhamos o hábito de montar árvores, mas, anualmente celebrávamos com um almoço em nossa humilde residência – o aniversário do Menino Jesus.

Normalmente, a refeição continha feijão, arroz e frango caipira criado em nosso quintal. 

A nossa maior fonte de proteínas vinha da fartura da diversidade de peixes.

Nós morávamos num paraíso chamado Itaúnas, Vila do litoral norte capixaba rodeada por rio, dunas e mar. 

De herança católica, a religiosidade era bem presente em nossa casa, bem como nas demais casas da Vila.

Os meus avós, de vez em quando tomavam bebida alcoólica, geralmente, nos períodos das festas. 

No Natal, a bebida permitida era vinho tinto. Era a única ocasião em que me ofereciam bebida. O vinho era uma espécie de licença poética da cristandade.  

Eu achava o gosto do vinho horrível e por isso, dou graças a Deu por não ter me familiarizado com a bebida. Eu me recusava a tomar! 

Na pequena Itaúnas, todos se conheciam e vivam de maneira respeitosa. Era o maior barato ir com os meus avós visitar os conhecidos em suas humildes residências à semelhança da nossa casa de pau-a-pique. 

Éramos pobres, mas nunca vi alguém morrer de fome em nossa terra. Na verdade, grande parte dos moradores do vilarejo era rica e não sabia. Muita gente tinha terra no sertão, e não fazia ideia da riqueza que possuía em mãos.

Os meus avós, a minha mãe, os meus tios e tantos outros nativos largaram suas terras ou as venderam por mixarias a espertalhões.

Os mesmos espertalhões ainda existentes que convencem as pessoas a venderem suas vidas e suas liberdades em troca de promessas vazias em nome de utopias que mais causam misérias do que progresso. 

No Brasil do Natal de 2024 a maquiagem com a realidade continua. As pontes caem e matam pessoas; as estradas assassinam milhões; os preços abusivos e impostos indevidos nos empobrecem e nos fazem acreditar que estamos bem.

O mais intrigante é ver os espertalhões que nos endividam repartirem entre si a nossa riqueza numa farra sem fim com os seus amigos e familiares.

Enquanto escrevo este texto na véspera de Natal o céu azul e límpido me remete a Itaúnas  aos sons de pássaros, nos domingos de praia  e às lembranças do meu vovô ascendendo a lamparina e a mesma exalando fumaça em direção ao umbral da porta enquanto nos iluminava em mais uma noite que se aproximava. 

Apesar da pouca luminosidade em nossa casa e dos parcos recursos financeiros, os meus avós me legaram a riqueza da educação. A cada momento em que rezavam comigo, contavam histórias da antiga Vila e do sertão, eles estavam plantando algo em minha mente.

Um detalhe importantíssimo em nossa casa era a presença de um livro encadernado com o título, Vida de Jesus, da escritora Ellen White. O livro foi um presente do tio Isael aos meus avós.

Quase sempre eu o folheava para ler alguma história. Quando eu parava para ler, os meus avós ficavam em profundo silêncio para ouvir. Além da profundidade espiritual das palavras, o livro era bem ilustrado e suas gravuras falavam por si.

Confesso que por muitos anos relutei em ter árvore de natal em casa. Talvez mais por uma ignorância religiosa do que por condições.

No entanto, há algum tempo decidi com a minha esposa que teríamos uma pequena árvore iluminando a nossa sala. Compreendi que o Natal é o período para reunir a família e refletir melhor sobre a vida.

Nesta segunda-feira (22), o painel da Times Square em Nova York fez a famosa avenida parar ao mostrar um presépio com a história do nascimento de Jesus. Foi algo lindo de se ver.

Portanto, não deixe que os espertalhões que nos empobrecem tirem de nós a herança cristã que nos trouxe até aqui.

Neste Brasil de dimensões continentais temos uma riqueza cristã que a “duras penas” aprendeu a conviver com as diferenças.

Aquele garotinho na Vila de Itaúnas conhecido como o neto de Dona Valdimira e do Sr. João Pequeno cresceu e atualmente reside em outro estado e exerce a função de pastor. Contudo, carrega dentro de si uma herança religiosa que ajudou a moldar a sua vida.

Em algum momento deste texto falei dos “espertalhões”. Pois é… eles estão por aí roubando suas riquezas, e inclusive querem destruir a sua fé, os seus valores, a sua família e até mesmo o país em que se vive.

Se porventura, você tem dificuldade em se reunir em família para momentos reflexivos, acho que o Natal é um bom ponto de partida. Até porque, o Personagem principal deste momento é Jesus Cristo e Ele é quem tem a solução para todos nós.

Um feliz Natal!

Por Célio Barcellos

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Respostas de 2

  1. Muito lindo!! Natal, tempo de regozijo em família!! Feliz Natal!! Nasceu Jesus! E com Ele os gestos generosos dos Reis Magos a presenteá-lo com bençãos…

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