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O fim do mundo

Por Célio Barcellos

A revista The New Yorker de 27 de janeiro de 2025 aborda um intrigante assunto acerca do fim do mundo. O artigo de Arthur Krystal intitulado, “What We Learn About Our World by Imagining Its End: Some fear we’ll be buried in brimstone; others expect to be extinguished by A.I. But is there comfort to be found in our apocalyptic visions?” 

(O Que Aprendemos Sobre o Nosso Mundo Ao Imaginar Seu Fim: Alguns temem que seremos enterrados em enxofre; outros esperam ser extintos pela I.A. Mas há conforto a ser encontrado em nossas visões apocalípticas?) apresenta uma série de previsões sobre o fim, desde literatura ficcional, música, ciência e as Escrituras Sagradas. 

O texto é baseado na obra “Everything Must Go: The Stories We Tell About the End of the World”, (Tudo Deve Ir: As Histórias Que Contamos Sobre O Fim do Mundo) de Dorian Lynskey, livro recém lançado em inglês pela editora Pantheon. 

Ademais, o artigo traça uma linha apocalíptica de enredos acerca do fim do mundo desde 1.800 a.C até as projeções da ciência de que a vida neste planeta terá o seu fim daqui a 1 bilhão de anos. 

Nesse sentido, o autor parece manter uma linha cética acerca das Escrituras e aborda o apocalipse para o planeta mais num sentido de um enredo imaginativo e ficcional do que levar à sério as mensagens de desgraças proferidas por religiosos. 

Contudo, antes que alguém julgue o autor por preconceito religioso, ele também é sarcástico com as previsões seculares acerca do fim. 

Em contrapartida, ele parece citar de forma indireta, a frase do Apóstolo Pedro, em que “desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2Pedro 3:4). 

Em síntese, Krystal é um tanto cauteloso quanto a possibilidade da real destruição do planeta. Mesmo que ele pareça ser cético quanto a Revelação das Escrituras, ele não descarta a destruição do planeta através do arsenal bélico que o próprio ser humano construiu ou por uma interferência do “universo”. 

Além disso, o fato dele não citar o Deus Pessoal e Criador de todas as coisas como o responsável pelo acerto de contas com a humanidade, parece, que por um desencargo de consciência ou até mesmo para creditar o fim do mundo a algo metafísico, ele atribui essa decisão ao “universo”. 

Adicionalmente, por mais que ao longo dos séculos e até mesmo de milênios houve equívocos daqueles que falaram acerca de Deus e dos acontecimentos futuros, isso não deve ser motivo para desacreditar na Palavra, ou até mesmo desdenhar dela. Até porque, no contexto do humanismo há muitos equívocos e promessas não cumpridas. 

Ao falar acerca de Bíblia e cristianismo, Nancy Piercey em seu livro “A Busca da Verdade” (p. 40), diz que o “Cristianismo nos liberta de qualquer reducionismo de negação à vida, que desonra e degrada a humanidade. Ele reafirma a grande honra dos seres humanos como pessoas completas, feitas à imagem de um Deus pessoal”.  

Embora Piercey contribua de forma brilhante com a fé cristã, compreendo que para dirimir dúvidas acerca da pessoalidade de Deus e da Sua soberania, o ideal é a utilização de artigo definido ao se referir ao Criador. 

Ao invés “de um Deus pessoal”, fazer uso de “O Deus pessoal”, certamente fortalece melhor compreensão do Eterno Deus. Até porque, O Deus Criador não tem rivais. Ele é tranquilo quanto a isso. O ser humano é quem cria ídolos para zombar e desafia-LO. 

Por conseguinte, toda essa tragédia de um mundo desigual e caótico, tem sua origem na iniciativa humana em querer competir com Deus. 

Para tanto, a experiência no Jardim do Éden mostra que o pecado distanciou a criatura do Criador a ponto dela acreditar na mentira de que seria “igual a Deus” (Gênesis 3:5).

Essa tolice da criatura em querer se igualar ao Criador custou caro para os dois lados. Para ela custou o afastamento, a expulsão do lar onde existia perfeita simbiose. O afastamento foi tão profundo que provocou tristeza, doença e morte.

Em contrapartida, o custo pago por Deus tem que ver com a morte do Seu Filho na finalidade de reconciliar o ser humano com o Criador, com o objetivo de restaurar o Éden. 

Portanto, a iniciativa de Krystal em escrever um artigo baseado na obra de Lynskey acerca do fim do mundo tem que ver com a necessidade humana por algo que vai além dele. 

Dessa forma, as retóricas e narrativas acerca do fim proferidas por religiosos ou por pessoas sem nenhum compromisso com a mensagem da fé, mostra que há algo inerente no ser humano que o atrai para o metafísico, independente se ele crê ou não. 

O brilhante C. S.Lewis em seu livro, “O Peso da Glória” (p.37), menciona que o ser humano continua cônscio “de um desejo que nenhuma felicidade natural é capaz de satisfazer”.

E, num sentido antropológico, Mario Veloso em sua obra, “O Homem, Pessoa Vivente” (p. 37)  diz que, “o homem não tem recebido uma resposta que dê sentido à sua vida pessoal ou à sua presença na sociedade”. 

Desse modo, além do enredo bíblico proclamado pelos profetas, é natural surgirem pessoas, tais como: H.G. Wells, Júlio Verne, Jack London e tantos outros que trataram o fim do mundo de maneira ficcional.

Sem contar as mentes modernas, tais como: Elon Musk e Jeff Bezos que superam qualquer ficção já escrita, pois investem bilhões de dólares com planos para fazerem de Marte um refúgio para os terráqueos. 

Ah, o detalhe é o seguinte! Todos sabem que em algum tempo no futuro esse planeta repleto de pecado terá o seu fim. Contudo, mesmo que não pensem dessa forma, sabem que o fim vem pela morte.

O grande prejuízo será o descuido ou orgulho em ignorar a Palavra de Deus que tem a trilha segura para salvar a todos. 

Em suma, o mundo do pecado vai sim, ter o seu final. E, quando o Deus Criador vir pessoalmente acertar as contas, haverá efeitos colaterais. Não em pessoas inocentes, mas em incrédulos que debocharam e escolheram rivalizar com o Senhor. 

Assim como a morte é certa, tenha a certeza de uma coisa: O Senhor Deus cumprirá a Sua promessa, pois “não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada” (Mateus 24).

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Respostas de 6

      1. Seu texto é rico de informações presentes e escatológicas. Leitura que dá gosto e edifica a mente e o espírito. Parabéns pela clareza de ideias, pelo empenho na pesquisa e obrigado por tudo o que nos faz de bom.

  1. Parabéns primo! Creio que o fim do mundo chegará mesmo pelas mãos de Deus, quando se cumprirão suas promessas.
    “A ELE a glória a ELE o louvor a ELE o domínio ELE é o Senhor.”

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