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Conserva o que tens

O grande escritor britânico G. K. Chesterton ao falar sobre a vida num sentido de romance prático disse o seguinte: “a combinação de algo que é estranho com algo que é seguro. Precisamos ver o mundo como a combinar uma ideia de maravilhamento e uma ideia de boas-vindas. Precisamos ser felizes neste país das maravilhas sem antes estarmos meramente confortáveis.” 

Essa proposição de Chesterton sobre a forma de pensar do Ocidente é uma espécie de chave libertadora que abriu o seu entendimento para a fé cristã. 

O que é preciso compreender do mundo é que não devemos nos iludir com o mesmo, mas torná-lo melhor através da fé e da prática do bom cristianismo. Contudo, sem nos esquecermos da missão que temos de preparar as pessoas para o encontro com o Senhor.

Do ponto de vista humanista, a fé é algo sem sentido, pois projeta o ser humano para algo fora dele. 

Certamente, torna-se muito desafiador para o incrédulo enxergar além do que ele está vendo.

A escritora Cecília Meireles disse que o jardineiro “vê a flor na semente”. O cristão fiel é o jardineiro.

No que se refere à mordomia, ele cuida da missão do Mestre na certeza de que o preparo da terra e o lançar as sementes ornamentarão o ambiente do Reino com muitas flores coloridas. 

Por ocasião em que trabalhei em Mantenópolis-ES, conheci duas irmãs idosas: Isabel e Maria Hilária. Elas viviam na companhia de seu outro irmão, numa simples casa no município de Alto Rio Novo, um pouco retirada da cidade. 

Apesar de pobres e sozinhas, essas mulheres nunca deixaram de ser fieis e também de irem à igreja. 

Todos os sábados elas iam congregar, ainda que fosse necessário ir à pé. Elas se juntavam a uma jovem mãe de dois filhos, por nome Denise e mais à líder do grupo (Luzia Lucas) que apesar de toda luta diária, tinha que dar conta de cuidar da mãe de aproximadamente 100 anos de idade e de sua irmã esquizofrenica.

Elas permaneceram firmes! Mesmos sem mão de obra suficiente, não deixaram a igreja fechar.

Naqueles idos, era um momento bem desafiador. Eu via as necessidades daqueles irmãos e me sentia um nada para solucionar os problemas. Uma coisa eu procurava fazer bem: atender àquelas pessoas em suas muitas necessidades.

Conquanto existissem dificuldades, ainda assim, conseguimos reformar a igreja com a generosidade do Dr Isaias Franca (médico em Pancas), que bancou a reforma. Isaias é daqueles cristãos liberais que não têm miséria de investir no Reino.  

Concomitante à fidelidade do Isaias, uma coisa que me chamava a atenção nas irmãs Isabel e Maria Hilária, tem que ver com a fidelidade delas. Enquanto o seu irmão não acreditava em mais nada, especialmente no contexto da fé, elas não só criam como também mantinham a fidelidade nos dízimos e ofertas para a expansão do Reino. Eram pobres, mas separavam o que pertencia ao Senhor.

Elas não podiam ir pregar o evangelho, mas os recursos que entregavam no altar do Senhor iam por elas.

Certa vez, quando fui visita-las, a Maria Hilária me falou algo que cortou o meu coração. Ela disse:”Pastor, se meus irmãos morrerem primeiro do que eu, me leve contigo, pois não quero viver sozinha”. Confesso que meus olhos lacrimejaram naquele momento, pois ela veio me abraçar chorando quando esboçou aquelas palavras.

Enquanto concluo este texto, peguei o telefone e liguei para a Luzia Lucas. Conversei um pouco e perguntei pelos irmãos, especialmente sobre as irmãs Isabel e Maria Hilária. A resposta é que ambas faleceram e apenas o irmão continua vivo.

Agradeço a Deus por permitir a Maria Hilária descansar e não ter ficado sozinha. Essa era a sua preocupação. Ela já havia sofrido muito na vida. Contudo, jamais deixou de ser fiel, pois conservou o que tinha (sua fé) para ninguém tomar a sua coroa (Apocalipse 3:11).

Jesus em breve virá, irmãos! Não abra mão da fidelidade.

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